A minha "Terra do Nunca"

O dia era de nervos. Às quatro da tarde tinha de me apresentar na SIC. Passei a manhã em histeria completa (típico!). Os nervos, ai os nervos! Aquele sonho remoto (que em tempos me pareceu extremamente utópico) ia-se tornar a realidade. Melhor, já é realidade, a minha realidade (e que bem que sabe dizer isto).

"Isso é só um mero estágio" dizem-me alguns. "Só lá vais estar um mês", dizem outros. Sim, é um estágio. Só vai durar um mês, é verdade. Mas não é um estágio qualquer. Não existe nada de vulgar num estágio como este. Seja um mês, ou dois, ou dez, isso não interessa. Eu posso lá estar um mês e aprender tanto ou mais que uma pessoa que esteja seis. O empenho e dedicação que cada um põe naquilo que faz é que faz toda a diferença. E assim se separa o trigo do joio. 

Todos temos de começar por um algum lado. Seja qual for a profissão. Ninguém nasce ensinado. Ninguém começa como chefe de uma empresa. Nem de longe nem de perto. É a forma como encaramos as coisas e como agimos que nos fará vingar ou não. Dou sempre o meu máximo em tudo o que faço. Dedico-me. Esforço-me. Algum dia o esforço será recompensado. Para os bons há sempre lugar! É assim que eu penso. É assim que mantenho a esperança. É assim que não desanimo quando me dizem "nunca vais ter trabalho".

Imaginem a "Terra do Nunca". Aquele lugar distante, idílico, utópico, mágico. Todos nós temos um lugar assim, nem que seja apenas na nossa mente. A minha "Terra do Nunca" sempre foi só uma: o mundo da Televisão. Era um sonho distante. Um sonho que agora é bem real, palpável, visível. 

Arrebatadora, apaixonante, deslumbrante, cativante, mas acima de tudo MÁGICA. A televisão é tudo o que sempre imaginei. Talvez com uma ou duas nuances, mas para melhor. Um pouco mais pequena, mas igualmente fascinante. 

Fiquei na editoria que tanto queria. Não vão conseguir adivinhar qual! É inimaginável! Pensem na coisa mais improvável que vos vier à cabeça... Queria desafiar-me. Testar-me. Aprender mais. Aprender não só a fazer algo novo mas também coisas novas, assuntos novos. Queria estar numa editoria onde pudesse aprender todos os dias.  Já lá chegaram?
Marta Matos: a mais recente aquisição do Desporto! Eu não avisei que era a coisa mais improvável de todos os tempos? 

E vocês perguntam: "mas o raio da garota percebe alguma coisa de desporto?" ZERO! O desafio é esse mesmo. Não fiquem a pensar que sou louca (embora seja um bocadinho).

Só cá estou há dois dias e já aprendi mais do que alguma vez imaginei: nomes de treinadores, jogadores, termos técnicos e coisas que tal. Qualquer dia estou uma "expert" desportiva. Esperem para ver. Mas não é só isso. Há mais, muito mais. Recebi bons conselhos, excelentes diria eu. Arranjei mentores do melhor que há. De verdade! 

Tinha a ideia (agora vejo que errada) que os jornalistas televisivos eram mais competitivos, individualistas, arrogantes. Muito pelo contrário. Fui muito bem recebida. Tenho colegas que perdem o seu tempo a ensinar-me. Ensinar-me como funcionam os programas, como fazer um bom off, um bom Talking Head, uma boa peça. Até já houve um jornalista que se disponibilizou a dar-me dicas de colocação de voz! Querem melhor?

Adoro o pessoal do desporto. Tratam-me carinhosamente por Martinha. Super porreiros, flexíveis, descontraídos. (e eu a pensar que na Televisão andava tudo maluco, pressionados com o tempo, ainda não vi nada disso!). Fossem todos os jornalistas assim e o mundo era um lugar bem melhor.

Acho que não podia ter começado de melhor forma!






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