Palavra de ordem: amor


Não serei a primeira nem a última a afirmar o seguinte.. Tenho a melhor família do mundo e os amigos mais fantásticos e maravilhosos.



Depois de um mês sem vir a casa o início da semana avizinhava-se risonha. Terça-feira: o dia do tão esperado regresso. Para poder viajar neste dia (dia de trabalho, não esquecer) uma carinhosa colega minha trocou de turno comigo. Não lhe podia estar mais grata.


O dia 23 começou cedo. Quando me levantei a noite ainda estava caída lá fora. Preparei-me e fiz as últimas arrumações. Estava pronta para ir para a Renascença. Fiz a habitual viagem de metro. Caminho que já tão bem conheço.

Cheguei ao Chiado. Estou habituada a vê-lo barulhento, apinhado, musical, aromático. Nessa manhã foi diferente. Chiado silencioso e madrugador, vazio e misterioso. Vi-o com outros olhos, senti-o uma vez mais, de uma outra forma. Apaixonei-me novamente. Apaixone-me completa e icomensuravelmente.






Por entre as ruelas segui para a redação. Encontrei-a estranhamente vazia e calma. Pouco a pouco as pessoas foram chegando. Tinha um serviço marcado. Fui, feliz. Adoro sair em serviço, sozinha, livre. Aprendo muito, mesmo sem ninguém comigo. Tudo é feito à base do "desenrascanço". Tenho de me desenrascar! Fazer tudo sozinha, bem e, de preferência, depressa. O ritmo das notícias assim o exige. E desta forma se ganha aquilo que na gíria jornalística se chama "estaleca". 

A manhã já ia longa quando voltei para a redação para editar a peça. O burburinho já estava instalado. A casa estava cheia. Entre conversas, piadas, risotas se fez a passagem de turno. A hora de saída estava a chegar. 

Ia encontrar-me com o meu tio. Carinhosamente, veio até Lisboa e ia-me fazer companhia na longa viagem até casa. Qual não é o meu espanto quando ao fundo da rua o vejo, ao lado dele uma cara familiar: a minha irmã. A minha pequenita quis fazer-me uma surpresa e vir buscar-me. Recebi-os com um caloroso abraço. As saudades eram enormes! Ainda têm dúvidas de que tenho a melhor família do mundo? Eu não!

Nas horas que se seguiram mostrei um pouco da cidade que mais adoro à pessoa que mais amo neste mundo. 


A noite começava a cair. Estava na hora de ir apanhar o comboio. Próxima paragem: Oriente. Seguimos com a minha bagagem atrás (contive-me, só trouxe comigo duas malas!). O comboio estava atrasado (como sempre!). Desta vez não me importei. A companhia compensava tudo: a espera, a fome, o frio, a dor de costas.

A viagem, que noutro dias me parece extremamente longa, naquela noite passou a correr. Entre conversas o tempo passou sem pesar.

Chegámos ao destino. As portas abriram-se e do nada o frio mangualdense envolveu-me e congelou-me. Na estação estava a minha mãe para me receber. Depressa me aqueceu com o seu abraço. Quando dei por mim já estava em casa. Ia dormir na minha cama. E que bem que dormi.

O dia 24 nasceu frio e solarengo (já não estava habituada às temperaturas serranas). O dia foi extremamente preenchido: entre consultas no dentista, no oftalmologista, fazer as unhas, compras de última hora, visitar o pessoal do meu ginásio... Dia de loucos diria eu, mas também de encontro e de reencontros. Um dia de amor!

A noite estava a chegar e com ela a consoada. Não podia pedir mais nada: a lareira a acesa, a família reunida e boa comida! É preciso mais alguma coisa para se ter uma noite perfeita?















Os dias que se seguiram passaram a correr. O que permaneceu foi uma coisa, e uma coisa apenas: o amor. O amor chegou de todos os lados e de todas as formas, família e amigos. 

Agora é tempo de regressar. O trabalho espera-me. Lisboa espera-me. Espera só mais um pouco, meu amor, estou mesmo a chegar!


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