Coisas boas começam em dias bonitos


Coisas boas começam em dias bonitos. Começo a acreditar no que acabei de escrever.
26 de setembro de 1993: nasce a pequena Marta.
26 de setembro de 2011: primeiro dia da licenciatura em Jornalismo. Primeiro dia na Universidade de Coimbra. Atingi a maioridade.
26 de novembro de 2014 (hoje): primeiro dia da Pós-graduação em Jornalismo Multiplataformas.

A sessão estava marcada para as dez horas. O despertador estava ligado para me acordar às oito e um quarto. A ansiedade em pessoa acordou às sete e meia da manhã. A noite não tinha trazido consigo um sono descansado, a vontade de começar era gigante. Sem pressas tomei o pequeno almoço. 


Próxima tarefa: vestir-me e maquilhar-me. Lá estava, na cadeira, o vestido preto escolhido na noite anterior (o vestido com o qual me despedi da Universidade de Coimbra era a peça ideal para dizer "olá!" à Universidade Nova de  Lisboa). 
Aproximavam-se as onze horas. Dentro de momentos um dos figurões da comunicação social portuguesa iria entrar pela porta: Francisco Pinto Balsemão. Chegou bem disposto, com uma catita gravata cor de rosa. Os anos, as preocupações, a sabedoria estão bem marcadas no seu rosto envelhecido. Um misto de sensações apoderaram-se de mim: alegria, respeito, ansiedade, mas acima de tudo um enorme orgulho! Orgulho de estar com uma das pessoas que mais admiro! Orgulho por ter recebido os "parabéns" e "boa sorte". Palavras curtas que podem parecer ocas para alguns mas cheias de significado para mim.
Às nove horas estava pronta. Moro a dois minutos da Faculdade (aquela vantagem de morar literalmente do outro lado rua!). O que ia fazer até à hora marcada? Como boa aspirante a jornalista fiquei a ver as notícias no canal da concorrência. (Não tenho culpa que na minha futura casa -SIC- estivesse uma senhora a dar conselhos com base no tarot!)

A vontade de sair de casa era tão grande que... às dez menos vinte e cinco já estava na Faculdade. Fui a segunda a chegar. Aos poucos e poucos os meus futuros colegas ia aparecendo. 

Entrámos à hora marcada. Fomos recebidos pelo Daniel Ricardo. Para os mais distraídos é jornalista e fundador da revista Visão. Foi imperativo e deixou um conselho importante: "Nunca virem a cara ao trabalho". Um jornalista é "anormal": não tem hora de saída, não tem fim de semana, não tem feriados. E perguntam "isso é vida?". O jornalismo mais do que uma profissão é uma forma de estar na vida, é uma forma de viver. É amar o que se faz, é por vezes sacrificar outras coisas. Mas para quê ser normal se podemos ser extraordinários? É isso mesmo que eu quero ser extraordinária! Sempre que penso nesta questão não consigo deixar de pensar no Super-Homem. Como sabem o Clark Kent é Jornalista. Como ele quero ser uma verdadeira "super-mulher".


Foi uma manhã bonita. Foi um dia bonito. Afinal de contas, coisas boas começam em dias bonitos!











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